terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sobre decepções

Antes de ler, repita pra você mesmo três vezes: "prometo não bater nem xingar a Stefanie". Obrigada.



"Quando um bebê nasce ele é gordinho, rosado e cheio de um potencial sem limites. Daí é só ladeira abaixo."

Você sempre vai acabar decepcionando quem ama, isso é um fato. Mas o pior, é decepcionar quem já fazia planos e tinha expectativas pra você, antes mesmo de você saber o que é isso.
Você vai decepcionar sem saber, sem ver, talvez só um pouco, talvez você os faça sentir orgulho depois, talvez você nem saiba mesmo o que deve fazer.
Isso é tudo muito irônico. Alguns pais acham lindo e engraçado ter um filho encapetado, rebelde e cafajeste, mas acabam com um rapazinho quieto, romantico e estudioso dentro de casa. Enquanto isso os pais que gostariam de criar um gentleman, são obrigados a conviver com um diabo da Tasmânia.
Os pais sempre imaginam um futuro maravilhoso pros seus filhos. Mas acho que isso é normal.

Os filhos também se decepcionam com os pais. Nem sempre o seu pai vai ser o herói de histórias em quadrinhos que você imaginou que ele fosse. Nem sempre a sua mãe vai ser somente mãe. Ela também é mulher. Às vezes infiel. E até um pouco vadia. Nem sempre o seu pai vai te ajudar no dever da escola. Às vezes ele pode ser mais burro que você. Nem sempre a sua mãe vai ser a melhor cozinheira do mundo. Nem sempre, os dois vão te tratar da maneira como você gostaria.

O meu recado é simples: não criem expectativas.
Pais, vocês fizeram, criam e ensinaram. Mas isso não quer dizer que os seus filhos serão exatamente como vocês querem. Eles também são seres humanos com defeitos e vontades próprias. Eles vão passar pelas mesmas coisas que vocês passaram.

Filhos, quando uma pessoa tem um filho, ela não vira santa. Ela ainda é um ser humano, que provavelmente já tinha sua personalidade formada antes mesmo de você nascer. Cabe a você aceitar o jeito deles e não por ninguém num pedestal.

Eu acho que se todas as pessoas parassem de fazer cobranças umas às outras, todo mundo seria mais feliz. Ou não. Afinal, eu nem sei do que eu tô falando. Só sei que tô morrendo de fome.

2 comentários:

Gustavo disse...

Seu artigo tá muito bom sim, Stefanie! Não seja tão modesta (e faminta). Ás vezes é bom um debate filosófico para nos fazer refletir sobre os porquês da vida.

Principalmente porque me encaixo na categoria dos "filhos". Eu frequentemente crio altas expectativas para com meus pais, exijo coisas em excesso. Mas quando olho para mim mesmo vejo que não colaboro. Que sou chato, irritante, insuportável ás vezes. E isso acaba sendo nada agradável pra nenhum dos lados.

Acho que realmente temos que respeitar os direitos e opiniões... e quando tivermos filhos, sermos compreensíveis para entendermos as vontades alheias. Sem que a vontade de um prejudique os direitos do outro.

Rafael disse...

Nós só conseguimos entender de fato essa questão toda depois de bem velhos. Mas tem uma música, por mais clichê que soe, que explica exatamente essa situação: "Você culpa seus pais por tudo, e isso é um absurdo. São crianças como você, porque você vai ser quando você crescer."

Pais são só seres humanos grandes. E com dinheiro. Às vezes. Nada mais do que isso.

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